Trecho de Savitri de Sri Aurobindo

Trecho de Savitri de Sri Aurobindo

Este é um trecho do poema épico "Savitri" de Sri Aurobindo, traduzido para o português, da página 343 (ver esta fonte em inglês: Savitri - Inglês). Dizem que esta parte fala sobre as crianças da nova era (índigos, cristais, trabalhadores da luz).

Abandonando o mancar vagaroso das horas
E o piscar inconstante da visão mortal,
Lá onde o Pensador dorme em meio a muita luz
E o intolerante flameja o solitário Olho que tudo vê em Testemunho
Ouvindo a palavra do Destino do coração Silencioso
No momento infindável da Eternidade
Foi visto do não-tempo os trabalhos do Tempo.
Foram ultrapassadas as formas pesadas da Mente,
Superado o obstáculo do Espaço mortal;


A imagem que se desdobrava mostrou o que estava por vir.
Uma dança gigante de Shiva rompeu o passado;


Houve um trovão como se mundos estivessem caindo;
A Terra estava coberta com fogo e o rugir da Morte
Clamando por ceifar um mundo que a fome fez;
Houve um estrondo das asas da Destruição
O grito de batalha dos Titãs estava nos meus ouvidos
Alarme e rumor mexeram com a Noite armada;


Eu vi os pioneiros flamejantes do Onipotente
Sobre a fronteira celestial que se direciona para a vida
Virem povoando abaixo as escadas de cor âmbar do nascimento;
Primeiros corredores a chegar de uma divina multidão,
Dos caminhos da estrela da manhã eles vieram
Para dentro da pequena sala da vida mortal.
Eu os vi cruzar o crepúsculo de  uma era,
As crianças com os olhos do sol de uma maravilhosa aurora,
Os grandes criadores com grandes sobrancelhas de calma,
Os quebradores das barreiras do mundo
E guerreiros com o destino em suas listas de desejos,
Os trabalhadores das minas dos deuses,
Os mensageiros do Incomunicável,
Os arquitetos da imortalidade.
Dentro da esfera humana decaída eles vieram,
Faces que vestiam ainda a glória imortal,
Vozes que comungavam ainda com os pensamentos de Deus,
Corpos belos pela luz do espírito,
Carregando o mundo mágico, o fogo místico,
Carregando o cálice da alegria de Dionísio,
Aproximando os olhos de um homem mais divino,
Lábios cantando um hino desconhecido para a alma,
Pés ecoando os corredores do Tempo.
Sacerdotes da sabedoria, doçura, grandeza e felicidade,
Descobridores da beleza do caminho solar
E nadadores das enchentes risonhas e fogosas do Amor
E dançarinos com a alegria das portas douradas,
Seus passos um dia mudarão a terra sofredora

E justificarão a luz da face da Natureza.

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